Trilhas da Cena

Ana e Tadeu tinham 15 anos de casamento, mais um filho, o menino Jorge. A violência urbana desencadeou uma sucessão de acontecimentos que mudaram irreversivelmente a vida e a subjetividade dessas personagens. Com o casamento arruinado, Tadeu volta para pegar suas coisas e levar sua mudança. Contudo, encontra a casa cercada por um tiroteio. Confinados, Ana e Tadeu aparam as últimas arestas de uma relação cercada por afeto, dor e pela própria violência que os atravessa e os limita.

Dia 02/11, às 17h
Teatro do Goethe-Institut
Duração: 1h20min
Classificação indicativa: 16 anos
TRADUÇÃO EM LIBRAS
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 – CLIQUE AQUI para comprar o seu ingresso

O espetáculo

Pode o amor resistir à violência que atravessa a vida de uma família, alterando completamente suas existências? O espetáculo Ana e Tadeu lança essa e outras perguntas ao espectador ao narrar a história de um casal em processo de separação, enquanto um tiroteio acontece ao seu redor. A montagem encena um texto inédito de Mônica Santana (dramaturga indicada ao Prêmio Bahia Aplaude 2025) e tem direção de Diego Araúja (vencedor do Prêmio Braskem de Teatro 2019, na categoria Texto).

 

Vividos pelos atores Antônio Marcelo (Candomblé da Barroquinha) e Mônica Santana, os personagens se encontram numa situação-limite — cada vez mais comum no cotidiano das grandes cidades brasileiras. Mais do que discutir uma temática social, a peça promove um mergulho na subjetividade de duas pessoas cujas existências são atravessadas pela violência. A personagem Ana é socióloga e ativista e tem forte relação com o bairro em que cresceu, desejando resistir ali, mesmo diante das mudanças graduais no território. Seu ex-marido, Tadeu, é músico e retoma a carreira artística após a separação.

Foto: Caio Lírio

O programa

Baixe o programa  em PDF.

Dramaturgia e encenação

Para a dramaturga e idealizadora do projeto, Mônica Santana, “a obra quer discutir sobre a condição entrincheirada de duas pessoas negras, que têm uma vivência rica de experiências, de trajetórias, mas que habita uma comunidade periférica e lida com o entrincheiramento imposto nesse território”. Para a autora, a peça parte de um olhar íntimo para duas personagens, cheias de suas particularidades, falhas e singularidades, compreendendo como são afetadas pela violência. “Qual é a subjetividade que se constitui a partir das perdas, dos constrangimentos, das derrotas impostas sobre pessoas negras? É uma pergunta que motivou a construção de Ana e Tadeu”, acrescenta.

Além de assinar a direção do espetáculo, Diego Araúja também concebeu a cenografia, ao lado do cenógrafo Erick Saboya, propondo a imagem de uma casa que desaba e se dissolve — tanto pelos ataques externos quanto pelas agressões mútuas que se dão no contexto íntimo. Para o diretor, “Observo que Ana e Tadeu promove uma conversa, por vias cênico-performáticas, sobre os afetos no seio das relações comunitárias/familiares afro-brasileiras. Por isso mesmo, trata-se de um estudo do como se agencia no sujeito negro, entre sujeitos negros, esses afetos”. Ele propõe, em cena, um jogo de visibilidades entre a dimensão sensível e imaterial das personagens, em contraponto a uma estilização daquilo que poderia ser concreto (essa casa que desaba, esse tiroteio que se converte em música, essa realidade que se dissolve). “Depois do amor e do luto, a peça se entrelaça entre solilóquios, conversações, palavras e agressões; uma verborragia que afirma a falta pelo excesso”, aponta o encenador.

Ana e Tadeu conta ainda com direção coreográfica de Neemias Santana, que propõe movimentações não convencionais para os corpos dos atores e que permitem tornar material a dimensão interna de seus conflitos.
 
A trilha musical é composta por Andrea Martins e Ronei Jorge, que contarão com a DJ Nai Kiese nas operações durante as apresentações. O figurino é assinado por Alexandre Guimarães, e a iluminação é assinada por Caboclo de Cobre, fechando a equipe artística do projeto, que conta com a realização da Crioula Arte e Cultura e da Produtora Árvore.

Trajetória

FIAC 2025 - Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia: 2 de novembro de 2025 | Teatro do Goethe-Institut (Salvador/BA)

Vídeo do espetáculo na íntegra

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Ficha técnica e artística

Idealização e Texto | Mônica Santana

Direção| Diego Araúja

Atriz | Mônica Santana

Ator | Antonio Marcelo

Assistência de direção | Neemias Santana e Quemuel Costa

Direção coreográfica | Neemias Santana

Cenografia | Diego Araúja e Erick Saboya

Cenotecnia | Felipe Cipriani (Oxe Arte)

Trilha Sonora e direção musical | Andrea Martins e Ronei Jorge

DJ e operação de som | Nai Kiese

Técnica de Som | Acelino Costa e Nai Kiese

Desenho de luz | Caboclo de Cobre

Operação de Luz | Caboclo de Cobre e Almir Gaiato

Técnico de luz | Almir Gaiato

Figurino | Alexandre Guimarães

Costura | Maria de Lourdes

Dreadmaker| Daniel Tulipeno

Produção | Fabiana Marques

Assistente de produção | Lucas Oliveira

Gestão Administrativa e Financeira | Thayná Mallmann

Comunicação | Mônica Santana

Identidade visual e Design Gráfico | Duna (Lia Cunha e Isabella Coretti)

Fotografias (Design gráfico) | Priscila Fulô

Fotografias (Imprensa/Divulgação) | Caio Lírio

Captura em vídeo e edição| João Rafael Neto

Mônica Santana

Idealização e dramaturgia

Dramaturga, atriz, professora e comunicadora. Doutora e mestre em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua atualmente como professora no Mestrado Profissional em Artes da Cena, no Célia Helena Centro de Artes e no Itaú Cultural.

 

Por Ana e Tadeu, recebeu a indicação no Prêmio Nacional de Teatro Cenym na categoria Melhor Texto Original e Melhor Atriz. Em 2025, foi indicada ao Troféu Bahia Aplaude, na categoria Melhor Texto, por seu trabalho como dramaturga em Sr. Oculto. Em 2015, venceu a categoria Revelação por seu solo “Isto não é uma mulata”. Por essa obra, a artista se destacou nacionalmente, sendo considerada uma das mulheres negras e artistas mais influentes tanto pelo Coletivo Blogueiras Negras quanto pela ONG Think Olga.

Site: https://www.monicasantana.com.br/

Diego Araúja

Direção

Artista de Salvador (BA), com 14 anos de carreira, atuando em artes cênicas, visuais, literárias e audiovisuais como diretor, cenógrafo, dramaturgo, roteirista e escritor. Bacharel pela Escola de Teatro da UFBA, cofundou com Laís Machado a Plataforma ÀRÀKÁ, voltada à criação e pesquisa da memória afrodiaspórica.

 

Participou de festivais nacionais e internacionais (FIAC-BA, Theatertreffen, ADELANTE, FIT-BH, FRESTAS, EFIE). Foi membro fundador e editor da Revista Barril. Venceu o Prêmio Braskem (2019) por “Prontuário da Razão Degenerada” e o 5º Leda Maria Martins por “QUASEILHAS”. Em 2023, integrou a 35ª Bienal de São Paulo — Coreografias do Impossível com “Sumidouro nº 2 — Diáspora Fantasma”.

Indicações a prêmios

Prêmio Cenym 2025 - Melhor Atriz (Mônica Santana)
Prêmio Cenym 2025 - Melhor Texto Original (Mónica Santana)
Prêmio Cenym 2025 - Melhor Cenário (Diego Araúja e Erick Saboya)

Clipping

Portal Soteropreta - 28/04/2025
Ronaldo Jacobina - 25/04/2025
Bahia News - 05/2025
Anota Bahia - 28/04/2025
A Tarde - 10/05/2025
Correio 24 Horas - 10 e 11/05/2025

Crítica

 “Abro um parênteses para destacar o impressionante trabalho de atuação tanto de Mônica quanto de Antonio, embora, sabemos, o grande desafio de Antonio seja contracenar com uma atriz como Mônica Santana. No palco, ela domina, é hipnotizante. É um trabalho que passa pela dimensão do corpo, numa atuação que se entrega de corpo e alma. Outro ator poderia simplesmente sumir ao lado dela, mas Antonio Marcelo também brilha em momentos emocionantes. Isso só é possível porque o texto convoca esse quebrantamento, afastando os personagens de uma superficialidade previsível e colocando-os como seres complexos diante do público. Esse é o grande mérito do espetáculo como um todo, aliás.”

 

Ewerton Ulisses Cardoso para a Revista Odisseu

 

Leia o texto completo clicando aqui.

Informações técnicas

Equipe básica de viagem

Diretor e cenógrafo (Diego Araúja)
Produção: Lucas Oliveira
Elenco: Mônica Santana e Antonio Marcelo
Op. Som: Nai Kiese
Op. Luz: Caboclo de Cobre
Coordenação montagem cenografia: Erick Saboya
7 pessoas (que podem estar divididas em quartos duplos)

Montagem

São necessários 5 turnos para montagem técnica (2 turnos para montagem da cenografia; 3 turnos para montagem da iluminação e gravação da mesa de luz) e 1 turno para passagem técnica

Desmontagem

A desmontagem da cenografia pode ser realizada em 1 turno, contando com suporte de 2 a 3 carregadores.

Todas as informações presentes nesta página são de responsabilidade  de Mônica Santana.

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